Ameal é freguesia do Concelho de Coimbra

4.26.2007

Turma dos “MAU-MAU” – AMIAL, década de 1980


[Fernando Seiça, João Rasteiro, Paulo "Rainho" e Paulo Rogério]


[Paulo "Rainho", Rasteiro e Zé Fernando na Fonte do Caganeto]

AMIAL

Onde me senti nascer
regresso agora
para morrer ou adormecer
o meu nome noutro nome
tão sozinho
à beira do novo ciclo
o dos animais nos amieiros
que tudo apagam à minha volta
todas as minhas inocentes vísceras
o instante entre terra e pele,

onde me senti nascer
regresso agora
para morrer ou plantar
rosáceas de pedra no nevoeiro
o mergulho numa fenda pura
que prende e desprende a alegria
a insondável ilusão das aldeias
um quase nada
o fresco do rio e das fontes
o meu sangue pela tua memória,

onde me senti nascer
regresso agora
no sagrado das palavras
o meu corpo no chão do teu corpo
no início que não espera
o justo arrepio das vozes
o transparente sopro do instante,

onde me senti nascer
regresso agora
como os reis com sede de sombra
no caminho único da tua minha eternidade.

[João Rasteiro 2007]

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4.18.2007

Do livro da Contrição, dos Sopros IV


[O João entre os pais]

Preparou a construção com os gânglios da morte
Para ser sulco na coroa aberta da terra e renascer

Preparou a construção com os gânglios da morte
Para ser a dolorosa geometria e propagar a chama

Preparou a construção com os gânglios da morte
Porque era reincidência e o coração dos animais

Preparou a construção com os gânglios da morte
Porque tinha sede e caçava pelo olfacto das cobras

Preparou o leito da caça com os gânglios da morte

Para ser ventre da morte e a morte em suas flores
A palavra exaltada em suas escoras a florir e a gerar

Preparou a morte a construção fecunda do corpo nu.

João Rasteiro

[Uma preciosa contribuição enviada pelo poeta João Rasteiro. Os nossos sinceros agradecimentos]

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4.15.2007

Tarde na Rigueira

[Ameal, 14 de Abril de 2007; da esq. para a dir., de frente: Joaquim Costa, Manuel Couceiro, José Pires, António Torres, Vladimiro Santos, Manuel de Lima; de costas: Estrela de Jesus Vilela]

Sentem-se as horas com vagar de anos. A conversa pontua a gargalhada. Um automóvel foge pelo alcatrão sem ligar ao que se conta naqueles bancos afeiçoados pelas tardes pretéritas. São tantas, as tardes na Rigueira, e tantos foram os seus inquilinos. Ninguém liga ao que ali se diz, talvez nem a pessoa que vai tecendo as conversas. Por agora sou aquele que passa. Um dia serei tu e eu, ali, sentados nas conversas de fim de tarde.

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4.08.2007

Igreja de São Justo - dia de Páscoa #2





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Igreja de São Justo - dia de Páscoa




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