Minha Terra
Ameal é freguesia de Coimbra desde há muitos séculos, povoada de forma intensiva logo na primeira reconquista do território. Situada a doze quilómetros da sede do concelho, é composta pelos seguintes lugares: Ameal, Vila Pouca do Campo e Quinta das Cunhas. O território da freguesia situa-se num Vale, próximo da margem esquerda do rio Mondego. A paróquia de Ameal, que tem como padroeiro S. Justo, era um priorado da apresentação dos frades crúzios do Convento de S. Jorge de Coimbra. Também a Universidade de Coimbra possuiu aqui, posteriormente, alguns casais, por herança dos bens do priorado-mor crúzio. Foi figura de grande destaque na freguesia João Maria Correia Aires de Campos, 1.º Conde do Ameal. Filho de João Correia Aires de Campos, notável arqueólogo, e de Leonor de Sá Correia, foi chefe do Partido Regenerador em Coimbra, ainda sob o regime monárquico, deputado e presidente desta Câmara Municipal. Criterioso coleccionador, reuniu no seu palácio, à rua da Sofia, um autêntico museu, constituído por inúmeras peças de incalculável valor. Formou uma das melhores bibliotecas da época, ao nível daquelas que existiam, já, em Lisboa e no Porto. Comprou o Colégio de S. Tomás, construído em 1566, do qual viria a resultar o actual Palácio da Justiça. Recebeu o título de Conde em 22 de Junho de 1901, por D. Carlos I. O 2º Conde do Ameal, João de Sande de Magalhães Mexia Salema Aires de Campos, filho do primeiro, foi também 1.º Visconde do Ameal. Recebeu esse título no mesmo dia em que o pai recebia o de Conde. Desempenhou importantes cargos políticos, desde deputado em várias legislaturas até Secretário do Ministro dos Estrangeiros Venceslau de Lima. Foi Presidente do Asilo de Mendicidade de Coimbra, seguindo a tradição familiar (já João Maria Correia Aires de Campos o fora). Juntamente com o Palácio dos Condes de Ameal, a igreja paroquial, dedicada a S. Justo, é um dos maiores vultos patrimoniais da freguesia de Ameal. A maior parte da obra é da primeira metade do século XVI, como se percebe pela porta e arco cruzeiro. No século seguinte, foi-lhe acrescentada uma porta lateral, e no século XIX, por estar em ruínas, sofreu muitas modificações. Assim, a frontaria só conserva de origem a porta manuelina. A própria torre sineira não o é, tendo sido erguida apenas no século passado. O retábulo principal da igreja e os colaterais são do século XVIII. Dourados e policromados, representam respectivamente a Virgem com o Menino e S. José, a Senhora da Conceição e um Crucifixo de pedra, renascentista. As várias capelas do templo são assim descritas pelo "Inventário Artístico de Portugal": "A primeira capela foi do Sacramento. Portal de composição sobreposta, pilastras com pendurados em baixo, colunas na altura do arco, bustos dos Santos Pedro e Paulo nos medalhões, obra datada de 1627, secundária. Tecto de cantaria, em cúpula de caixotes. Retábulo de madeira, policromado, da segunda metade do século XVIII, corrente. A segunda capela tem entrada do mesmo esquema da anterior, mais simples e obra mais dura, decorada de almofadados, dos meados do século XVII.
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Etiquetas: História do Ameal
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